A Páscoa é tempo de conversão, é tempo de reflexão e de reconciliação e, sobretudo, é tempo de paz e de harmonia. Páscoa é festa, é alegria, é convívio, é partilha, é família, amor e amizade.
Apesar do tempo frio e chuvoso, tão desagradável, que se fez sentir na semana da Páscoa, foram muitos os conterrâneos que resolveram passar uns dias no Monte Frio a desfrutar os bons ares da nossa terra. O estacionamento ficou repleto, as ruas da aldeia encheram-se de gente e de vida. No entanto, segundo apurámos, a afluência do pessoal só não terá sido maior porque muitos benfiquistas não quiseram perder a oportunidade de festejar, em Lisboa, o tão desejado título de campeão nacional de futebol, marcado precisamente para o domingo de Páscoa (no jogo Benfica-Olhanense, 2-0), no Estádio da Luz. Aliás, talvez por isso, a maior parte das pessoas (muitos em ‘pugas’) arrancou logo de manhã para a capital, dando azo a que voltasse a pacatez da vida rotineira e tranquila no Monte Frio. Mesmo assim ainda ficaram cerca de trinta, os suficientes para um almoço convívio no Salão Social.
Aleluia! Sempre Aleluia!
Como estava anunciado, o nosso conterrâneo Horácio Pedro foi indigitado pelo pároco Rodolfo Leite, para realizar a visita pascal às casas da aldeia, no domingo de Páscoa, mantendo-se, assim, a tradição cristã, consagrada e transmitida pelos nossos antepassados. Durante a manhã, abriram-se as portas dos nossos lares para receber o Senhor e cantar aleluias. Ouvir a sineta pelas ruas, anunciando que ali vem o séquito da nossa igreja, com a Cruz de Cristo ressuscitado, para abençoar a nossa casa, transmite-me sempre enorme emoção e nostalgia. Tanto mais este ano, porque estava comigo a minha netinha Leonor, de cinco anos, que pela primeira vez presenciou esta tradição ancestral: a mesinha posta (com as amêndoas e o respetivo envelope), o beijar Cristo na cruz, as rezas e a felicidade das aleluias. A tudo ela assistiu com inocente curiosidade. Revi-me nela, quando era miúdo, por volta dos anos 50, a minha presença, em idêntica circunstância, na casa do meu avô Alfredo Cândido, perante as Boas Festas do Padre José Redondo. Recordei ali a Páscoa dos meus filhos, meninos, nos primórdios do Padre António Dinis e imaginei como seria a bênção pascal na meninice da minha querida mãe, nos distantes anos 20/30, com o Padre António Quaresma. Aleluia! Sempre Aleluia! Estou feliz porque, graças a Deus, já tenho mais duas gerações de descendência, para dar continuidade aos usos e costumes que nos foram transmitidos pelos nossos avós.
Morreu o Octávio
No sábado de aleluia recebi a triste noticia que me deixou angustiado: «morreu o Octávio». O meu amigo Octávio, meu vizinho, da casa em frente, no Monte Frio, também meu primo, filho do falecido Alfredo Marques (taxista em Lisboa), neto do Albino Marques e da Maria Joaquina (irmã do meu avô José Morgado), por isso de famílias muito chegadas. Eramos da mesma geração. Recordo, por exemplo, no tempo da tropa, quando chegou da guerra colonial, em Angola, pouco tempo antes da minha partida para a mesma guerra, no norte de Moçambique. Foi há 47 anos como se pode confirmar nas páginas do jornal ‘Facho’, publicação exclusiva da freguesia da Benfeita, responsabilidade editorial do Padre Loureiro.
O Octávio era bom rapaz, pacato, amigo do seu amigo, um companheiro a valer. Como recordação da nossa juventude, publicamos a fotografia da equipa do Real Estrelas da Benfeita, tirada no Campo da Carriça, em Coja, quando da realização de um jogo com o extinto Sporting Clube de Coja, nos anos sessenta, do século passado. O Octávio é o segundo da esquerda, na fila de cima, ao lado do guarda-redes Vítor Cândido, ambos selecionados do Monte Frio, numa formação onde alinharam também o Zé Almas, Vítor Dias, Carlos da Capela, Artur, Marcelo, Arlindo, Pratas, Jorge… Ai que saudades, ai, ai!
A morte do meu amigo Octávio, aos 72 anos, deixou-me desolado. Sabia da sua saúde precária, do internamento hospitalar, mas sempre esperei que melhorasse, para voltarmos a conviver na nossa terra bela. Acabou-se. E logo no sábado de aleluia, um dia tão bonito... e que tristeza!
O Octávio era grande benfiquista, coisa de família, amava o clube e vibrava com os êxitos do Benfica. Quis Deus que viesse a falecer precisamente na véspera de se festejar o 33 º título de campeão nacional. Que viva o Benfica!
O Octávio Figueiredo Marques era também um apaniguado da Comissão de Melhoramentos de Monte Frio. Durante algum tempo chegou a pertencer aos corpos gerentes da coletividade e atualmente era o sócio n º 13, sempre pronto a ajudar. Felizmente deixa uma boa prole, toda imbuída na mística montefriense, todos sócios da CMMF desde a viúva, D. Luísa Marques, à filha Carla, aos netos João e Maria, e ao genro Fernando Baptista (também dirigente da coletividade). A todos eles, em nome da Comissão de Melhoramentos, apresentamos as mais sentidas condolências. Que descanse em paz.
Morreu o Tó ‘Escada’
Outro rapaz da minha geração faleceu recentemente: António Gonçalves Marques, o Tó ‘Escada’ como era conhecido no Monte Frio, ou Tó ‘Bonito’ como lhe chamavam em Coja, a sua terra natal, tinha grande afinidade com a nossa aldeia e com as nossas gentes, por ter contraído matrimónio na nossa terra. Mesmo depois do divórcio o António nunca esqueceu o caminho do Monte Frio, visitando-nos frequentemente, inclusive participando nos almoços anuais da CMMF, da qual era o sócio n º 195. Perdemos um bom amigo. Paz à sua alma. Em nome da Comissão de Melhoramentos, apresentamos sentidos pêsames à família do António Marques.
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Junta de freguesia da Benfeita
Prometido é devido
Finalmente! Como se pode verificar pela imagem fotográfica, as placas de sinalização no centro da aldeia de Monte Frio já estão instaladas. Substituir as placas antigas, bastante degradadas e enferrujadas, era uma promessa da Junta de Freguesia que já durava há bastante tempo. E o prometido é devido. Aconteceu agora, ainda bem. Mais vale tarde, que nunca. É um benefício para todos os turistas que por aqui passam a caminho da Mata da Margaraça, da Fraga da Pena ou da Benfeita. Assim não há que enganar. Já ninguém vai parar no adro da capela… sem saída. A CMMF agradece à Junta de Freguesia da Benfeita, na pessoa do seu presidente, Alfredo Martins, lembrando, a propósito, que ainda falta colocar as placas com o nome ‘Monte Frio’ nas duas entradas da povoação, as quais foram derrubadas em 2007, quando do alcatroamento da estrada da mata e nunca mais foram repostas. Esperamos vê-las colocadas em breve. O prometido é devido.
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Câmara Municipal de Arganil
Prometido é devido
Também hoje aqui damos conta de uma promessa cumprida pelo presidente da Câmara Municipal de Arganil, Ricardo Pereira Alves. Trata-se da marcação da estrada 344, no troço compreendido entre a Portela da Cerdeira e a Cruz da Castanheira, com um traço (contínuo ou tracejado, conforme a visibilidade do local) pintado no centro da via, o que muito vem beneficiar a segurança dos muitos utentes que por ali passam, muito especialmente nas tão frequentes noites de nevoeiro cerrado. Era uma obra premente que havíamos solicitado oportunamente em nome dos serranos. Dizem que a marcação (pintura) foi executada há uns tempos. No entanto só agora, pela Páscoa, pudemos observar, na prática, o beneficio para os transeuntes, que resulta deste melhoramento. Por isso, em nome dos utilizadores, o nosso agradecimento ao presidente da Câmara de Arganil, Ricardo Pereira Alves. O prometido é devido.