A propósito do Carlos da Capela, para mim o Carlitos ou Carlos Dias, um rapaz da minha adolescência (uns anitos mais novo), tenho de dizer que foi um enorme prazer revê-lo e abraçá-lo ao fim de tantos anos desencontrados, com rumos diferentes e actividades distintas. Por isso, não faltou alguma emoção neste breve reencontro de antigos companheiros nas festas de verão e nas futeboladas do Real Estrelas da Benfeita, no Campo da Carriça, em Côja. Neste particular, eramos todos da mesma fornada como, também, o Zé Almas, Orlando, Jorge, Vítor Dias, Marcelo, Artur Pratas, Arlindo, Eliseu, Zé Alberto, o António Luís, o Mossa, o Daniel… ai que saudades, ai! ai! Mas isso do futebol do Real Estrelas fica para outra altura.
Pois o Carlos da Capela, aquele miúdo extrovertido, algo irreverente, que conheci nos anos sessenta, foi para a cidade do Porto, onde se evidenciou na vida como docente, intelectual e artista plástico de grande gabarito. Embora à distância, sempre fui acompanhando a sua trajectória ascendente de sucesso literário e artístico, através das notícias e das crónicas na ‘Comarca de Arganil’. Tem vários livros publicados e fez algumas exposições de pintura e obras de arte. Conheço algumas das suas obras, aliás, do Alberto Péssimo, pseudónimo artístico, como as pinturas na capela de Nossa Senhora das Necessidades e na capela de São Bartolomeu, na Benfeita. Desta vez a conversa foi breve, porque a programação das comemorações não deu para mais. No entanto, está combinado, um dia destes falaremos com tempo.
Além do mais, o Carlos Dias tem sido, em todo o lado, grande embaixador cultural da nossa freguesia. E, tal como eu, emociona-se a falar da sua aldeia e das suas raízes. Apesar da pouca convivência nos últimos anos, gosto do Carlos, da sua singularidade, admiro a sua elegância, sempre de lacinho, a sua imagem de marca e o seu bigode de pontas (agora da cor da neve). É uma figura distinta. E é da Benfeita!
Exposição sobre Camões e lançamento do livro
No programa das comemorações do Dia de Portugal, a inauguração de uma exposição de desenhos e pinturas sobre Camões, na Casa Memória de Simões Dias. Aí foi divulgado o já referido livro de Carlos da Capela e foi assinado o livro de honra. Lá deixei a inscrição em memória dos meus avós e bisavós, contemporâneos do poeta José Simões Dias, e em honra de uma afinidade ancestral entre os povos da Benfeita e do Monte Frio, de tantos casamentos e de tantas vivências e amizades, numa vincada fidelidade pela nossa eterna freguesia.
Logo depois, no edifício-sede da junta de freguesia, uma sala a abarrotar para assistir à sessão solene que envolveu o lançamento do novo livro de Carlos da Capela ‘A história dos almocreves e dos lobisomens’, onde vários oradores, entre os quais Ricardo Pereira Alves, presidente da CM Arganil e Alfredo Martins, presidente da JF Benfeita, enalteceram a figura e a obra do autor. No final, uma sessão de autógrafos, na qual o amigo Carlos da Capela, fez questão de sublinhar a nossa cor clubista, quando assinou o meu livro.
Resta acrescentar que o Carlos da Capela, numa atitude altruísta, decidiu oferecer a receita da venda dos seus livros (cerca de 700 euros) para ajudar a custear as obras da igreja matriz da Benfeita.
O Caminho da Várzea
O programa de festas começou com a inauguração do ‘Caminho da Várzea’, uma obra há muito prometida e planificada pela junta de freguesia mas só agora concluída, com a colaboração fundamental da câmara municipal. É a recuperação de um caminho pedonal da ribeira da Mata, que muito veio beneficiar a zona em termos ambientais. É um local aprazível, com zona de lazer, própria para piqueniques, na margem da ribeira, óptimo sítio para o pessoal tomar banho. Aliás, dizem que é o regresso ao passado, pois era ali que a juventude de outrora se divertia e dava uns mergulhos. O Alfredo Martins, grande impulsionador da obra estava feliz e aliviado. O prometido é devido! Naturalmente!
Convívio na esplanada do areal
Para terminar um dia de festa em beleza, a junta de freguesia convidou a multidão para um lanche/convívio na esplanada do areal. Um repasto bem servido, onde nada faltou, comida de toda a ordem, bebidas e doces. Havia gente de todas as proveniências, convidados especiais das autarquias, representantes das comissões de melhoramentos, pessoal das aldeias da freguesia e até a comunidade estrangeira das redondezas, se apresentou em número apreciável. Do Monte Frio, também a representação do António Castanheira, Horácio, Pedro, Albino… O Sardal estava lá em peso: António Luís, Eduardo, Jorge e Sérgio; Lá convivemos também com os amigos Marcelo, Cerejeira, Ângelo, o Martinho, o Mário Nunes, o Carlos Espalha Reis, o Rogério, o Brasilio, o Piriscas (venha o bucho)… e tantos outros. O Alfredo Martins, nosso presidente da junta está de parabéns pela excelente organização. Foi um Dia de Portugal bem animado e bem vivido.
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V. C.